Safra do Centro-Sul termina com
16% a mais de cana
Assim como já era esperado por boa parte do setor sucroalcooleiro, a safra de cana 2001 do Centro–Sul ficou bem acima das expectativas oficiais. Números da Unica apontam para um crescimento superior a 16% chegando a uma moagem de cana superior a 240 milhões de t/c, produção de açúcar superior a 15,8 milhões de toneladas e produção de álcool da ordem de 10 bilhões de litros. O faturamento do Centro–Sul deve ficar perto dos R$ 12 bilhões.

Nesta safra, o comportamento da distribuição da oferta de ATR na safra do Centro–Sul foi uniforme desde o início, indicando 48% da oferta para produção de açúcar e 52% para o álcool. A queda de demanda foi maior que a esperada e foi compensada com a exportação de 400 milhões de litros de álcool. Os preços mantiveram–se estáveis durante toda a safra, numa média de R$ 0,60/l para o anidro e R$ 0,52/l para o hidratado, preços com PIS/Cofins.

Segundo a Unica, o rendimento industrial foi semelhante ao da safra passada, o que indica um crescimento da produtividade agrícola no Estado de São Paulo superior a 82 t/ha contra 67 da última safra e bem superior à previsão inicial de 76 t/ha. A notícia é ruim para o Nordeste, que começa a sua safra mais atrasada e já está pegando os preços do açúcar em plena queda. Outro ponto interessante de frisar é o aumento das áreas de cana. Muita gente já avisou que o setor, dentro do mercado atual, pode passar uma nova crise de preços já para a próxima safra. Caso o cenário atual se mantenha, ou seja, bons níveis de chuva e tratamento do canavial, o setor terá 20 milhões de toneladas de cana a mais. “O volume de açúcar deve ser maior”, prevê o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho. O rumo da história poderá ser outro se em maio o governo passar a mistura de anidro na gasolina para 26%. A medida está em discussão e, diante da super oferta de cana prevista, poderá ser uma salvação.

Esta ladainha de aumentar e diminuir a área de cana sempre pega as empresas no contra–pé, o que já causou o fechamento de muitas empresas. Falou-se muito no passado na abertura de novos mercados, mas é preciso investir mais. A tecnologia do plástico biodegradável, por exemplo, segundo técnicos do próprio IPT, parou na fase de laminado. É preciso que haja investimentos para que o plástico biodegradável entre na área de injetados e sopros.

Outro ponto é quanto à mistura álcool/diesel e à volta do carro a álcool. Não é preciso dizer que nada acontece do dia para a noite, mas cortadores de cana não podem esperar muito. As colhedoras estão aí e é uma realidade. A abertura imediata de novos mercados para os derivados de cana poderia trazer mais capital para as usinas, que, por sua vez, poderiam investir na requalificação de pessoas tirando–as de tarefas subumanas. Este poderia ser o principal cartão de visita desse setor. Na área petroquímica é fato sabido que são necessários R$ 200 mil para se gerar um único emprego, na área sucroalcooleira deve ser muito menos que isso. Para centenas de trabalhadores rurais certas questões precisam acontecer “do dia para a noite”.
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Nº 70 – Nov/Dez de 2001

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