Um estudo da Embrapa Agrobiologia conseguiu reduzir em 66% o custo de produção do inoculante, fertilizante biológico produzido a partir de bactérias, desenvolvido em laboratório, tornando viável sua fabricação em escala industrial. De acordo com o pesquisador Luís Henrique Soares, com a simplificação do processo, foi possível reduzir de dez para quatro as substâncias químicas utilizadas para multiplicação da bactéria Azospirilum amazonense, que compõe o inoculante da cana-de-açúcar.
A pesquisa também otimizou o processo de fabricação do inoculante de milho, recém-desenvolvido pelo mesmo centro de pesquisa. Após esses estudos, o custo de produção foi barateado em aproximadamente 50%, e o produto já está sendo alvo de negociação com indústrias para em breve será disponibilizado ao mercado. O biofertilizante, que contém uma estirpe da bactéria Herbaspirillum seropedicae, aumenta a produção da planta. Mas estudos mostram que ele também pode contribuir para uma maior eficiência do fertilizante nitrogenado, permitindo a redução da dose aplicada.
Juntas, as lavouras da cana-de-açúcar e milho são responsáveis pelo consumo de cerca de 70% do fertilizante nitrogenado utilizado no País. Segundo a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes - ANPII, são comercializados aproximadamente 40 milhões de doses de inoculantes por ano no Brasil. Deste total, 34 milhões de doses são para a cultura da soja e outros dois milhões para gramíneas (entre elas o milho e o trigo), enquanto para a cana-de-açúcar ainda não há inoculante disponível no mercado.
|