A União da Indústria de Cana-de-Açúcar manifestou apoio ao Manifesto Civil de Repúdio ao Projeto de Lei que libera a fabricação e a venda de carros de passeio a diesel no Brasil.
Lançado ontem por um amplo conjunto de representantes da sociedade civil brasileira, o Manifesto, organizado pelo Observatório do Clima, foi enviado à Comissão Especial da Câmara que pode votar o projeto de lei ainda esta semana.
O documento contém assinaturas de médicos, cientistas especialistas em poluição do ar, organizações de pesquisa, entidades ambientalistas e de defesa do consumidor e empresários, além de cinco ex-ministros do Meio Ambiente – Rubens Ricupero, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Izabella Teixeira.
Os signatários consideram que o projeto é um atentado aos interesses da sociedade brasileira e deve ser arquivado, pois, caso aprovado, colocará o Brasil na contramão da tendência mundial de reduzir a poluição no setor de transportes, dificultando o cumprimento das metas climáticas nacionais no Acordo de Paris.
Outro ponto importante contra a aprovação da lei diz respeito ao fato de que o Brasil é um importador de derivados de petróleo, especialmente de diesel. Só em 2014, o País importou mais de 12 bilhões de litros (US$ 8,7 bilhões). Ao permitir a volta do uso deste combustível fóssil na frota de carros de passeio, a oferta interna será ainda mais insuficiente, resultando na necessidade de aumentar a importação, com consequentes impactos negativos para a balança comercial brasileira.
Para Eduardo Leão, diretor executivo da Unica, o projeto de lei que libera o diesel para veículos de passeio está totalmente fora da atual realidade do mundo e precisa ser vetado. “O Brasil foi um dos pioneiros no desenvolvimento de um combustível limpo e renovável por meio da indústria de cana-de-açúcar. Com as metas que assinamos na COP 21 temos a oportunidade de liderar a agenda ambiental mundial. Aprovar uma lei como essa seria é um grande retrocesso”.
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