Notícia – Alcoolbrás

 

São Paulo, 23 de março de 2015


Setor sucroenergético reduz em 95% a captação de água
 

No ano passado, a longa estiagem foi responsável pela perda de produtividade na safra 2014/2015.  Os danos só não foram maiores porque o setor vem paulatinamente diminuindo a captação de água para o processamento industrial. Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, cabe ressaltar que o setor sucroenergético vem contribuindo decisivamente para a redução próxima de 95% na captação de água – da faixa de 15 a 20 m³/t de cana para a faixa de 1 a 2 m³/t de cana. “Essa queda no consumo hídrico foi proporcionada por investimentos em reuso de água através de tratamento e recirculação, otimização do balanço hídrico industrial e adoção de novas tecnologias como, por exemplo, a limpeza a seco da cana”, diz André Elia, Consultor ambiental e de recursos hídricos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar.

Além disso, na última década, houve uma redução na demanda do setor por água industrial de 13% para 7% da água destinada para todos os setores do Estado de São Paulo. Em relação à oferta mínima de água no Estado, o setor demanda apenas 2,5% de água para seu uso industrial, o que derruba o mito de que o setor sucroenergético consome uma grande quantidade de água. “Ao contrário do que se imagina a produção de cana no Brasil não é irrigada, principalmente na região canavieira do Centro-Sul, não havendo, portanto, conflito de água no setor rural, o que representa um forte indicador de sustentabilidade para a produção canavieira brasileira”, diz Elia.

 Aliado ao uso racional da água industrial e a não dependência de irrigação, soma-se a produção de bioeletricidade a partir do bagaço de cana-de-açúcar. A estimativa é de que em 2014, a energia de biomassa tenha gerado uma economia de 14% dos reservatórios hidrelétricos das regiões Sudeste e Centro-Oeste (responsável por 60% do consumo brasileiro). “A bioeletricidade a partir da biomassa pode, mediante politicas adequadas para a matriz elétrica brasileira, contribuir mais nos períodos de estiagem”, afirma o especialista.

Em 2014, foram produzidos 20.815 mil Gigawatts/hora  de  energia elétrica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou equivalente a 52% da energia que será produzida por Belo Monte, a partir de 2019. Além disso, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões de CO2 na atmosfera seria 24% maior.

Outro aspecto muito importante é a ação que o setor tem tido na proteção de nascentes e recuperação de matas ciliares. No estado de São Paulo, 94% da produção canavieira são de usinas participantes do Protocolo Agroambiental, convênio voluntário entre o setor, capitaneado pela Unica, a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria da Agricultura, que antecipou a eliminação do emprego do fogo para colheita de cana. São 11 diretivas ambientais que são monitoradas para se obter o certificado “Etanol Verde”, e a maioria delas tem reflexos diretos nos recursos hídricos, quer seja pela diminuição da demanda de água com a racionalização dos processos agrícola e industrial, quer seja pelo aumento de oferta na proteção de nascentes, recuperação de matas ciliares e proteção e conservação do solo com o término da queima da palha da cana e parte do seu uso como cobertura protetora do solo.

Desde o inicio do programa, em julho de 2007, até 2013, as usinas e fornecedores de cana tem cerca de 300 mil hectares de áreas ciliares recuperados, contanto com a proteção de 9.300 nascentes. Por outro lado o programa tem registrado a diminuição gradativa do consumo de água industrial chegando a valores em 2013 de 1,18 m3/t cana na média.

 
 
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