Notícia – Alcoolbrás

 

São Paulo, 16 de março de 2015


Pesquisa descreve processo que levou à concentração do setor de máquinas agrícolas
 

Um estudo sobre a evolução das estruturas de mercado da indústria de máquinas agrícolas em âmbito mundial, com ênfase para o caso brasileiro, realizada no Programa de Pós-graduação em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP/Esalq, destaca os países e o contexto da origem do setor, bem como as características de sua expansão internacional. “As estratégias de fusão e aquisição, adotadas como forma predominante de entrada em novos mercados, são enfatizadas, assim como o seu papel sobre o aumento do poder de mercado na indústria brasileira de tratores agrícolas”, conta o economista Rodrigo Peixoto da Silva, autor do estudo, que teve orientação de Carlos Eduardo de Freitas Vian, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia.

De acordo com a pesquisa, o segmento de tratores agrícolas brasileiro caracteriza-se por uma estrutura de poucas e grandes empresas que, em grande parte, atuam em nível global. “A presença de economias de escala, nível elevado de investimentos, extensas redes de distribuição e assistência técnica, além de fidelização dos clientes às marcas são pré-requisitos para a atuação no mercado e funcionam como barreiras à entrada de novos concorrentes, assim como as tarifas de importação. Trata-se de um oligopólio concentrado, com elevado poder de mercado, seja no segmento de tratores de pequeno porte, seja nas faixas de maior potência”, aponta o economista.

Para o pesquisador, são necessárias políticas que adequem as condições de oferta aos diferentes perfis de demanda existentes no país. “Tais medidas incluem a elaboração e/ou aperfeiçoamento de programas de crédito como o Moderfrota e Pró-Trator e o estímulo ao desenvolvimento tecnológico voltado às necessidades da agricultura brasileira, por meio de maior interação entre fabricantes, universidades e centros de pesquisa”.

No que diz respeito à concentração de mercado, o economista reforça que as políticas devem voltar-se para o fortalecimento das empresas de capital nacional nos segmentos de tratores em que elas possuem pequena participação, de forma que possam competir também neste mercado. “Tal medida proporcionaria maior concorrência no segmento que é atualmente dominado pelas empresas multinacionais e funcionaria como um limitante do poder de mercado, beneficiando os produtores rurais e estimulando a mecanização agrícola”, finaliza.

 
 
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