Notícia – Alcoolbrás

 

São Paulo, 31 de julho de 2015


Esalq analisa potencial de biomassa de cana-de-açúcar
 
 

Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP/Esalq propôs um modelo matemático de alocação ótima de oferta de biomassa das mesorregiões produtoras da região Centro-Sul, com a finalidade de promover a maximização do lucro do setor canavieiro. “O estudo contribuiu com a divulgação de uma série de indicadores agronômicos, tecnológicos/industriais e mercadológicos que possibilitaram o dimensionamento e compreensão da condição tecnológica do setor sucroenergético e potencial de participação na geração de energia elétrica e contribuição para a segurança energética nacional”, explica a pesquisadora Natália de Campos Trombeta.

A pesquisadora realizou um mapeamento das unidades produtoras de cana-de-açúcar da região Centro-Sul, utilizando-se de um levantamento de dados para a safra 2013/2014 com 77 usinas para o desenvolvimento de indicadores agronômicos (quantificação da oferta de bagaço e palha de cana-de-açúcar), tecnológicos (potencial de cogeração do setor) e mercadológicos (preços de energia elétrica, participação nos diferentes ambientes de comercialização).

De acordo com Natália, o modelo também foi sugerido para identificar as mesorregiões com maior potencial de fornecimento de biomassa de cana-de-açúcar para produção de energia e as mesorregiões com maior potencial de investimento em ampliação do parque cogerador. “Outro resultado importante foi a identificação da alocação ótima de biomassas de cana entre as principais regiões produtoras do país, bem como os locais de maior viabilidade de expansão da capacidade instalada de geração, ampliando o aporte de energia elétrica à base de biomassa de cana no sistema interligado nacional”.

Outros dois fatores integraram a proposta do modelo: entender o mix ótimo de escolha na utilização de biomassas de cana-de-açúcar nas mesorregiões estudadas e interpretar esses resultados do ponto de vista econômico, sob diferentes cenários setoriais. “Nesse caso, simulou-se um cenário com parâmetros vinculados à produção de etanol celulósico e os resultados evidenciaram que essa tecnologia, desde que competitiva, pode ser incorporada ao setor e coexistir com oferta de energia elétrica adicional a matriz energética do país”, explicou a pesquisadora.

Os dados levantados pelo desenvolvimento dessa pesquisa operacional aplicada proporcionaram a geração de resultados coerentes e norteados à melhor assertividade do planejamento estratégico da alocação de biomassa no setor para fins energéticos (eletricidade e etanol). Esses efeitos foram divulgados de forma média para o Brasil e mesorregiões localizadas na região Centro-Sul. De modo geral, os indicadores agronômicos para uma usina média do Brasil apresentam moagem média de 3 milhões de toneladas de cana, 8% de impureza vegetal e 88% de colheita mecanizada. Tais indicadores proporcionam uma oferta de bagaço e palha ao sistema de, aproximadamente, 1 milhão de toneladas de biomassa.

Os indicadores tecnológicos no Brasil evidenciaram que 39% das caldeiras amostradas apresentaram tecnologia de baixa pressão de vapor (21 bar), 22% (até 48 bar), 5% (até 65 bar) e 34% (acima de 65 bar). Os turbogeradores amostrados foram de 69% contrapressão simples, 14% com extração e 17% condensação.

Nos indicadores mercadológicos verificou-se que, para as usinas que exportaram energia, na safra 2013/2014, a participação de 53% no mercado livre a preços médios de R$ 230,00/MWh e 47% no mercado regulado com precificação de R$ 191,00/MWh. Relativamente aos resultados verificados na modelagem proposta, foi possível avaliar a alocação ótima de biomassa nas mesorregiões e potencial de exportação de energia, etanol celulósico e investimentos de expansão.

 
 
<< voltar à lista de notícias
 
 
 
 
 
 

Todos os direitos reservados à Valete Editora Téc. Corm. Ltda. – Desde 06/02/2001