Notícia – Alcoolbrás

 

São Paulo, 26 de agosto de 2014


Transporte de grãos custa quatro vezes mais no Brasil
 
O custo de logística e de transporte de grãos do Brasil, que em 2003 era 2 vezes mais caro do que o dos produtores dos Estados Unidos e da Argentina, cresceu para 4 vezes em 2013. “Entre os vários efeitos colaterais dessa deficiência logística está um abortamento de plantio: na safra passada, isso representou uma perda de 4 milhões de toneladas”, afirma o consultor de logística e infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária, Luiz Antonio Fayet.

O consultor particupou do 4º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos- Anda, realizada hoje em São Paulo.

“Com exceção das rodovias, cujas concessões começam a avançar, na área de ferrovias e também de portos o atraso ainda é muito grande. Em função de alterações introduzidas na Lei 12.815, a chamada ‘Lei dos Portos’, nós perdemos dois anos, pois a lei não é autoaplicável e em alguns aspectos ficou pior do que a legislação anterior”.

Para Fayet, em função das deficiências de logística de transporte no Norte e Nordeste, continuaremos com a necessidade de embarcar 60 milhões de toneladas de soja produzidas no Centro-Oeste pelos portos dos Sudeste e do Sul do país.

Por outro lado, os desafios que colocam o país como maior fornecedor de alimentos do mundo, continuam. “Nada no cenário internacional tira das mãos do produtor brasileiro as chaves da despensa de alimentos do mundo, pois considerando apenas o potencial de consumo futuro da China e da Índia seria necessária uma produção anual equivalente a dez vezes o que produz atualmente o Brasil”, observou Fayet.

Apesar do cenário crítico desenhado, o palestrante do Congresso da Anda fez, ao final de sua palestra, um apelo para que a sociedade passe a ver no agronegócio por uma ótica estratégica e que pode servir para alavancar o crescimento da economia. “Penso que o país tem de aproveitar o agro como instrumento de crescimento. O agronegócio é o ar que o Brasil respira, portanto tem de merecer uma atenção e um planejamento estratégico, que deve ser uma demanda de toda a sociedade”, finalizou Fayet.

O economista do BNDES, Marcelo Miterhof, que falou sobre o tema Desafios e Oportunidades para o Brasil: Indústria de Transformação, Investimento Público e Educação. Tanto na educação quanto em outras áreas, destacou a necessidade do país de retomar um crescimento para que ocorra uma melhoria geral das condições de vida para toda a população. “O grande desafio brasileiro é criar condições para se conseguir, na indústria de transformação e em outros segmentos econômicos, um modelo alternativo de crescimento, como já está fazendo a cadeia da proteína animal”, ressaltou o palestrante.
 
 
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