Notícia – Alcoolbrás

 

São Paulo, 21 de julho de 2014


Colheita de cana deve alcançar 616,5 milhões de toneladas na próxima safra, estima Datagro

 
 

A safra 2014/2015 deverá ser mais alcooleira, ao contrário da safra passada, mais açúcareira, prevê o presidente da Datagro, Plinio Nastari. Durante o 3º Ethanoland Sugar Summit – Brazil Day, realizado em Londres, Nastari apresentou as condições atuais da safra e mostrou que o setor tem passado por um terreno acidentado.

O Índice Relativo de Precipitações, calculado da Datagro, tem ficado abaixo da média desde de agosto do ano passado - em dezembro, o índice (que é desvio entre a média ponderada para cada micro-região e a média ponderada de 30 anos de precipitações) foi de -28,6. Além disso, o clima deste ano tem sido muito seco, o que já está afetando não só a cana de açúcar, mas também, por exemplo, café e a oferta de energia.

O presidente da Datagro comentou que as políticas públicas que têm afetado negativamente a indústria de açúcar e etanol brasileira. Para ele, o subsídio direto à gasolina e a política econômica difícil de se justificar, estão entre os entraves. “O governo estimula o consumo de um combustível fóssil, quando o Brasil poderia estar continuando a tendência de aumento de consumo de etanol na frota de transporte, além de estar prejudicando a Petrobras e o setor sucroenergético”, diz.

Outro fator relevante, que afetou a competitividade do etanol brasileiro, foi a eliminação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Cide sobre o preço da gasolina. A política do Banco Central em evitar a valorização do real, para que não haja ainda mais pressão na inflação, também reduz a competitividade do setor sucroenergético.

O subsídio à gasolina, que é refletido na defasagem entre o preço internacional da gasolina e o preço doméstico, chegou a 17,99% em julho de 2014, segundo a consultoria, e tem sido a maior responsável pela crise da indústria de cana de açúcar do Brasil.

Durante o encontro, o presidente do Conselho da Copersucar, Luis Roberto Pogetti, e o diretor do Banco Itaú BBA, Alexandre Figliolino, também criticaram os subsídios à gasolina. Pogetti ressaltou que o governo tem obrigação de reconhecer a importância do etanol, não só como combustível substituto da gasolina, mas como redutor de emissões de gases do efeito estufa. “Énecessário recompensar o produtor por isso, o que justifica a defesa do setor para o retorno da CIide ao preço da gasolina”.

O Diretor do Banco Itaú, afirmou que o Brasil nunca precisou tanto do etanol e, no entanto, o produto nunca foi tão prejudicado por políticas públicas. “Enquanto a produção de etanol tem caído, o consumo de combustíveis continua a crescer rapidamente. Apenas em 2014 esse crescimento foi de 11,1%. Infelizmente o percentual de participação das fontes renováveis na matriz energética, que chegou a 45,9% em 2008, tem caído e recuou para 41% em 2013. O etanol é o líder dos renováveis no Brasil”.

A frota de veículos flex continua crescendo: hoje 63,1% dos veículos são flex e a estimativa da Datagro é que essa participação chegue a 85,4% em 2020. Segundo Plínio Nastari, quando a defasagem do preço da gasolina for corrigida, é necessário observar um aumento da demanda por etanol hidratado. “Com a correção do preço da gasolina e um ajuste do câmbio, a equivalência de preços ficará mais importância para a definição do mix entre etanol e açúcar nas usinas”.

 
 
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