Edição 134 – 2012

O processo produtivo do etanol: gestão das questões ambientais
Michelle de Oliveira Salles - Unicoop
Adriano David Monteiro de Barros - Universidade Federal da Paraíba e Unicoop
Emerson Barros de Aguiar - Unicoop

Introdução
A transformação da cana-de-açúcar em álcool é feita pelas usinas. É um trabalho conjunto entre as áreas agrícolas e industriais e começa com a escolha das variedades de cana plantadas. Buscam- se, assim, maiores teores de açúcar nas variedades. Quanto maior a quantidade de açúcar, melhor será o álcool. A cana é pesada assim que chega à usina. Essa pesagem permite o controle agrícola, o pagamento do transporte e também a medida da sacarose, com a qual se define o pagamento. Após esse processo são retiradas as impurezas (terra e areia). A cana-de-açúcar colhida manualmente segue para os picadores e desfibriladores, que preparam os caules para a moagem, aumentando o rendimento do caldo.

No caso da cana colhida mecanicamente, o produto já vem picado. De um lado, sai o caldo, de outro, o bagaço. Cada tonelada de cana processada gera entre 240 e 280 kg de bagaço. Esse bagaço também é reaproveitado e segue para as caldeiras, para produzir vapor que aciona as turbinas, gerando autossuficiência de energia. O excedente de energia pode ser vendido para outras usinas. O caldo extraído recebe um tratamento químico e é, então, purificado por várias técnicas de filtração para formar o mosto.

O mosto fica em fermentação nas dornas durante um tempo, que varia de 4 a 12 horas. Nessa fase, os açúcares são transformados em álcool. Ao terminar a fermentação, a mistura recebe o nome de vinho fermentado. O álcool deste vinho é recuperado pela destilação. A operação é realizada em colunas, onde são feitas as destilações propriamente ditas, e a retificação, que dá origem ao álcool hidratado (teor de 96 GL = Gay Lussac). Este álcool hidratado pode ser comercializado assim ou, ainda, passar por um processo de desidratação, para gerar o álcool anidro (aproximadamente 99,3 GL). Uma vez prontos, os alcoóis são armazenados em tanques aguardando sua comercialização.



Redução da acidez acética e condutividade e aumento do pH do etanol empregando bauxita termoativada
Luís Roberto Paschoal Unicep – Centro Universitário Central Paulista Laboratório de Simulação de Processos Sucroalcooleiros

Resumo
O etanol obtido a partir da cana-de-açúcar deve apresentar características físico-químicas em conformidade com a Resolução ANP no. 7 de 09/02/2011. Um dos maiores problemas na sua industrialização está relacionado com os baixos níveis de acidez total (acética) de difícil obtenção, tendo em vista as variáveis do processo que envolve a fermentação do mosto. A bauxita termoativada apresenta-se como uma alternativa tecnológica viável para a purificação do etanol quando percolado através deste derivado de hidróxidos de alumínio hidratados.

Ela é um adsorvente constituído principalmente de fase alumina-gama, e tem sido utilizada na indústria petroquímica, na clarificação de parafina, querosene de avião e também no refino do biocombustível, retirando também umidade e baixando a acidez. Outra aplicação importante tem sido na regeneração de óleos isolantes parafínicos e naftênicos utilizados em transformadores. Neste trabalho testamos o emprego da bauxita termoativada na purificação do etanol, avaliando seu efeito como adsorvente catiônico. Os resultados demonstraram que apresenta características de um adsorvente muito eficiente na retenção do íon H+ (acidez acética) reduzindo a condutividade das amostras testadas.



Uso do composto de lixo em cultivos energéticos no Estado de São Paulo
Fabio Cesar da Silva Engº Agrôn., Dr., pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e professor da Fatec Piracicaba

Ronaldo Severiano Berton Engº Agrôn., PhD em Ciência do Solo, Instituto Agronômico – Centro de Solos e Rec. Agroambientais

José Carlos Chitolina Eng.Agrôn., PhD em Solos e Nutrição de Plantas, Vice-Diretor da Escola de Engenharia de Piracicaba SP – FUMEP / Esalq - USP

Serafim Daniel Balesteiro Eng.Agrôn., Dr. em Solos e Nutrição de Plantas, Universidade de Taubaté – Depto de Ciências Agrárias

Resumo
A geração crescente de lixo urbano é um problema crônico na maioria dos municípios, com estimativa média de produção de 400-1000 g/hab/dia, o qual pode causar sérios problemas ambientais na sua disposição sem critérios seguros. O uso agrícola de resíduo urbano é a alternativa de maior viabilidade técnico-científica, pois estes são fontes de nutrientes e de matéria orgânica, porém contém metais pesados e outros produtos potencialmente tóxicos aos seres vivos. No Brasil e outros países em desenvolvimento, ainda não existe legislação a respeito da qualidade do composto de lixo urbano (CL) para fins de comercialização e tampouco normas que orientem sua aplicação aos solos.

O que existe são as normas genéricas da Cetesb para o lodo de esgoto que foram baseada na Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana, as quais poderiam ser usadas como base comparativa para o composto de lixo. Todavia, a Embrapa, IAC, Esalq/USP, EEP e Unitau/Taubaté-SP vem acumulando dados de pesquisa sob o tema e buscaram organizar e suprir a falta de informações relativo a este procedimento, formalizando os critérios mínimos e oferecendo-se subsídios para a aplicação de CL na agricultura, em relação ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, o que é parte integrante da Circular Embrapa para algumas culturas que foi base para legislação brasileira.

Para a formalização de normas e critérios utilizados para o composto de lixo, na forma de regras para a produção, comercialização e utilização do composto orgânico de lixo e seus produtos derivados, tem sido previsto em resoluções esta- duais próprias, que deve ser observado o disposto no Decreto n°. 4.954, de 14 de janeiro de 2004, que regulamenta a Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes destinados à agricultura.





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