Monitoramento da nutrição da soja, da fertilidade e da compactação do solo em áreas de renovação da cana-de-açúcar
Roberto Tetsuo Tanaka – Elaine Bahia Wutke – Regina Célia de Matos Pires – Priscila Fratin Medina – Hipólito Assunção Antonio Mascarenhas – Fernando Penteado Cardoso
Engenheiros Agrônomos
Resumo
De janeiro a março de 2009, em nitosssolo eutroférrico localizado em Moji-Mirim, SP, monitorou-se o estado nutricional de dois cultivares de soja, na renovação do canavial, em sistemas de preparo convencional do solo (PC) e semeadura direta (SSD). Os teores foliares de K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe e Mn estavam adequados, o de Mn elevado em SSD e os de N suficientes em SSD, mesmo sem inoculação das sementes. No solo, os teores de matéria orgânica estavam elevados, sobretudo a 0-7 cm em SSD, com menor variação entre camadas no PC devido à mobilização; os de pH não foram alterados devido à calagem adequada, sendo superiores em PC; concentração de P nas camadas superiores, com gradiente no perfil; deficiência de K, sobretudo no PC; Ca e Mg bastante elevados, com possível desequilíbrio na relação (Ca + Mg)/K; valores de V% ao redor de 70% e maiores no PC, devido ao calcário, e teores elevados de Mn. Havia grau de compactação nas áreas, superior e quase o dobro em SSD, sobretudo entre 7 a 20 cm (3 a 4,8 MPa), devido ao revolvimento superficial na linha de semeadura e ao trânsito de maquinário e implementos; no PC a camada mais compactada foi 15 a 30 cm (1 a 2,7 MPa). Em consequência, em SSD a percentagem de raízes pivotantes “tortas” na profundidade 0 a 15 cm foi 18,3%, bem maior do que os 7,7% no PC. É viável o cultivo da soja após muitos anos do de cana-de-açúcar, porém, é preciso adequar a área quanto à correção de compactação e acidez do solo, sobretudo em SSD, quase sem mobilização.