Edição 123 – 2009

Grades agrícolas: 6 - reciclagem de discos e de ferro em geral
Rubismar Stolf
Luiz Carlos Ferreira da Silva
Miguel Ângelo Maniero
Luiz Antonio Correia Margarido
Professores Associados, UFSCar/Araras, Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental – SP
Jair Rosas da Silva
Pesquisador, Centro de Engenharia, Instituto Agronômico, APTA, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

1. Resumo e introdução
A reciclagem sempre existiu, há milhares de anos. Contudo o aspecto primordial sempre esteve ligado ao econômico. Os programas em larga escala inseridos em um movimento ambiental global tiveram início em países que desenvolveram alto grau de tecnologia, nos quais o descarte começou a gerar um passivo ambiental significativo, exigindo grandes investimentos para sua mitigação. No Brasil, a reciclagem de discos de grades agrícolas teve início no final da década de 80, em regiões canavieiras, através de pequenas empresas que se dedicam, até hoje, à recuperação de implementos agrícolas.
O presente trabalho faz um breve histórico da reciclagem do ferro e aço e apresenta sugestões específicas para a reciclagem de discos de grades, incluindo-se um estudo de caso. Complementarmente são discutidos os impactos ambientais causados pela exploração minerária e as vantagens da reciclagem, devendo esta ser considerada não apenas do ponto de vista econômico, mas também quanto aos benefícios de ordem social e ambiental. Assim, é possível à empresa creditar esses ativos, como a reciclagem de discos e outras ações de impacto ambiental positivo, à moderna contabilidade ambiental. Considerando que a) no Brasil já existe legislação específica para tal e que b) na Espanha a contabilidade ambiental já se tornou prática obrigatória, a tendência futura é seguir o pioneirismo espanhol e, portanto, preparar-se para tal.


Automação de fermentação alcoólica em batelada (Do preparo do mosto a centrifugação de fermento)
Nestor Pinheiro de Castro Filho
Abengoa – Abentey Brasil

Resumo
O presente trabalho mostra de forma clara e objetiva a descrição funcional do desenvolvimento e implantação de um modelo de automação para uma planta de fermentação alcoólica em batelada utilizada no processo de fabricação de álcool em usinas de álcool, baseado no tempo e nos volumes (ou níveis) das dornas e tanques, abrangendo os setores de pré-fermentação, fermentação e centrifugação de fermento, utilizados neste tipo de processo, e apresenta, de forma gráfica e por equações matemáticas todo o comportamento do processo em modo automático para se obter um maior rendimento produtivo. É abordada a dependência entre as três áreas descritas, a pré-fermentação, a fermentação e a centrifugação de fermento, e as ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da automação. O modelo descrito e implantado permite que a planta industrial trabalhe como um relógio com oito ponteiros e a base de tempo dada pelas características do processo.


Software para Gerenciamento Energético em tempo real aplicado em indústrias de açúcar e álcool
Douglas Castilho Mariani – Alexandre Almeida Campos – Nelson Juniti Nakamura
Soteica do Brasil Ltda

Nos últimos anos, o sucroalcooleiro se preocupa cada vez mais com a eficiência de seus processos e equipamentos, visto que este mercado se apresenta extremamente competitivo e a margem de lucro cada vez mais estreita. Assim, existem cada vez mais trabalhos de otimização do processo produtivo que promovem a redução dos custos operacionais e a necessidade de operar as plantas instaladas com mais eficiência, para obter maior produtividade e produtos de melhor qualidade. Além do açúcar e álcool, outros produtos são produzidos, como leveduras, bagaço e energia elétrica, sem contar com o mercado de venda de créditos de carbono que se apresenta promissor nos próximos 20 anos no Brasil, e da venda de eletricidade.
A produção de energia nas usinas se mostra interessante uma vez que cresce o percentual de energia produzida por processos sustentáveis. Atualmente as usinas respondem por cerca de 4% da produção de energia do país e esta participação vem aumentando. Além disso, o Governo, nos últimos anos, incentiva este aumento através da abertura de linhas de crédito para a implantação de sistemas elétricos de co-geração em usinas. Apesar dos baixos preços praticados no setor, existem boas perspectivas de médio prazo para se mantenha o fornecimento de energia e o Brasil não volte a ser assolado por apagões elétricos como em 2001 e 2002.


Avaliação do plantio de cana-de-açúcar em sistemas de plantio direto e convencional
Ricardo Ferreira Garcia
Laboratório de Engenharia Agrícola do CCTA
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
José Barbosa Duarte Júnior
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Este trabalho objetivou a avaliação do desempenho de conjuntos mecanizados, através da patinagem, da velocidade do trator e da viabilidade operacional de plantio da cana-de-açúcar em sistema de plantio direto e convencional sobre diferentes plantas de cobertura. Foram utilizados três conjuntos de tratores e implementos em diferentes sistemas de implantação da cultura e velocidades, constituindo-se 24 tratamentos em um delineamento inteiramente casualizado. Observou-se que as operações de sulcagem para posterior plantio manual ou sulcagem e plantio mecanizado da cana-de-açúcar em plantio direto sobre as plantas de cobertura sem serem manejadas anteriormente com roçadora ou rolofaca, foram possíveis e igualmente eficientes quando comparadas ao convencional. Portanto, é possível reduzir o tempo de implantação da cultura e os custos operacionais devido à diminuição do número de operações no plantio direto da cana-de-açúcar.
O Brasil, maior produtor de cana-de-açúcar, deverá atingir um montante processado pelo setor sucroalcooleiro entre 622,0 e 633,7 milhões de toneladas em 2009, segundo prognósticos da Conab (2009), sendo que a região Centro-Sul apresenta uma participação próxima de 90% do total nacional. A região Norte do Rio de Janeiro se destaca como pólo deste setor no Estado, produzindo cerca de 3,5 milhões de toneladas em 2008, o equivalente a 0,6% da produção nacional.


 
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