Edição 118 – 2008

O futuro da cana

Mesmo com a crise global, setor sucroenergético brasileiro mantém perspectivas promissoras a médio e longo prazo. Nos próximos anos, além de enfrentar a turbulência, o Brasil terá que estruturar mercado interno e liderar processo de internacionalização do etanol para consolidar o crescimento previsto

 Luiz Baleotti

 A Petrobras entrou definitivamente no setor de biocombustíveis – e não vai economizar investimentos no novo ramo de negócio. Até 2012, a estatal planeja desembolsar US$ 1,5 bilhão para adicionar o etanol e o biodiesel ao seu portfólio de produtos.

Do volume de investimentos previstos, R$ 295 milhões já foram aplicados na construção de três usinas de biodiesel, todas em funcionamento desde setembro. Juntos, os três projetos produzirão 938 milhões de litros do aditivo por ano.

O restante será investido na construção de 20 usinas de etanol e energia a partir de cana-de-açúcar – todos os projetos terão mais dois parceiros e serão destinados para a exportação do combustível. “Até 2012, pretendemos embarcar 4,75 bilhões de litros por ano”, diz o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec.

A primeira das 20 usinas da Petrobras deve entrar em operação em maio de 2009, em Itarumã, município goiano distante 400 quilômetros da capital do Estado, Goiânia. A unidade vai produzir inicialmente 95 milhões de litros por ano com crescimento gradativo até 2014, quando o volume chegará a 200 milhões de litros a cada safra.

Também em Goiás, na cidade de Quirinópolis, o Grupo São Martinho acaba de inaugurar a sua terceira usina, a unidade Boa Vista, que vai concentrar investimentos de R$ 700 milhões até a safra 2010/11, período previsto para o encerramento da primeira fase do projeto - a planta produzirá 318 milhões de litros de etanol por ciclo.

Esses investimentos e projetos foram anunciados e realizados no momento em que o setor sucroalcooleiro nacional enfrenta sua maior crise desde 2004. Os níveis de preços recebidos por açúcar e álcool foram considerados poucos remuneradores em 2007 e 2008, conseqüência da desvalorização do dólar americano, que reduziu drasticamente a receita, em reais, dos produtos exportados. Também houve desequilíbrio entre oferta e demanda, principalmente no ano passado.

Com isso, enquanto trigo, soja e milho verificarão aumento de renda agrícola em 2008, a cana-de-açúcar deve registrar decréscimo de 11,1%, de acordo com as estimativas realizada pelo Ministério da Agricultura.

Mas o desempenho não intimidou muitos investidores, segundo estatísticas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maior custeador das atividades do setor sucroenergético nacional.

Nos nove primeiros meses deste ano, os empréstimos para o segmento superaram o volume total registrado em 2007, quando o BNDES financiou R$ 3,556 bilhões ao setor. “Até o final de setembro, já haviam sido desembolsados R$ 4,125 bilhões”, informou o gerente do Departamento de Biocombustíveis (Debio) do BNDES, Paulo Favaret.

Segundo Favaret, não é possível determinar quanto será o volume total do ano, mas deve haver desaceleração no último trimestre provocada pela crise global – o balanço final só deve ser divulgado em 2009. “Ainda assim, são números recordes”, disse.

Alguns grupos, como a Petrobras, reafirmaram investimentos mesmo após a eclosão da crise financeira global. São investidores que acreditam na viabilidade do mercado a médio e longo prazo. “O Grupo São Martinho aposta no crescimento do mercado interno e externo do álcool no futuro”, afirmou o CEO da empresa, Fábio Venturelli, durante a inauguração da Usina Boa Vista.

Uso irreversível

Segundo analistas de mercado, o planejamento de grupos que miram o longo prazo será inevitavelmente recompensado – a crise financeira afeta o mercado nos próximos dois anos, mas não altera perspectivas previstas para o futuro, acreditam.

Para os especialistas, o uso da energia renovável, atualmente responsável por apenas 15% da demanda mundial, crescerá no planeta – incremento motivado por questões econômicas e ambientais.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o aumento da demanda por biocombustíveis está associado à prosperidade econômica mundial prevista ao longo prazo e ao crescimento de acesso à mobilidade.

Estudos mostram que frota mundial de veículos aumentará para 1,2 bilhões de unidades até 2020 – crescimento liderado pela Ásia, onde China e Índia registram dois carros a cada 100 habitantes. Nos Estados Unidos existem 80 automóveis por 100 pessoas – no Brasil são 13 unidades a cada centena de moradores. “Os países asiáticos estão apenas começando a usar carro agora”, diz Carvalho.

Atualmente, cerca de 70% do petróleo consumido no mundo são usados pelo setor de transporte. Para Carvalho, se essa proporção for mantida nos próximos anos, as reservas do óleo tendem a observar drástica redução. “As grandes reservas perdem de 6% a 8% por ano. As pessoas não querem perder a prosperidade e a mobilidade. Mas a oferta de petróleo cresce menos do que a demanda pelo produto”.

Especialistas apontam que a oferta de petróleo passará a sofrer picos de produção a partir de 2015, o que poderia ser resolvido com a exploração de reservas ainda não viáveis tecnica e eoconomicamente ou não descobertas. Carvalho argumenta, porém, que haverá dificuldades de custos para extrações do produto a profundidades equivalentes ao tamanho do Monte Everest – mais de 8 mil metros.

Além disso, o mundo tem o desafio de reduzir as emissões de CO2 aos níveis registrados em 1990. Para o vice-presidente da Abag, se diesel e gasolina permanecerem predominantes na matriz de combustíveis do mundo, a temperatura do planeta aumentará 4ºC até 2050. “Se o mundo quiser continuar usufruir da prosperidade e da mobilidade com crescimento sustentável, é preciso recorrer a alternativas renováveis”, garante.

O cenário coloca em evidência os biocombustíveis, que atualmente só correspondem a 3,3% do market share do consumo mundial de combustíveis – ranking liderado pelo petróleo com 87,6%, segundo dados da F.O. Licht.

De acordo com previsões da Agência Internacional de Energia, se houver diversificação da matriz mundial, o que também inclui veículos híbridos e células de hidrogênio, a demanda por produtos renováveis pode chegar a 26% do market share em 2050.

Neste contexto, o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil seria protagonista. “Na atual conjuntura mundial, formou-se um movimento irreversível pela busca de fontes alternativas e limpas para a geração energética. Dentre todas as novas fontes cogitadas, o etanol surge como a opção mais simples, imediata e realista para fazer parte da matriz energética internacional”, aponta o consultor técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ângelo Bressan.

Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), embora o preço do barril do petróleo tenha caído de US$ 147 para US$ 62 nos últimos meses o etanol produzido no Brasil continua viável. “Permaneceria mais economicamente interessante mesmo com a cotação do barril de petróleo a US$ 40. É ainda mais vantajoso se for usado como aditivo à gasolina”, explica o presidente da entidade, Marcos Jank.

A viabilidade econômica do etanol é associada ao custo de produção mais baixo observado no Brasil. Para fabricar um litro a partir da cana, o país investe US$ 0,30. Por meio do milho, os EUA empregam US$ 0,45 para produzir a mesma quantidade. Se a matéria-prima for a beterraba, com faz a União Européia, o valor sobe para US$ 0,76.

Para Jank, o apelo ambiental também coloca o etanol no centro das discussões. Segundo a Unica, o combustível reduz a liberação de gases nocivos ao efeito estufa em até 90% em comparação com a gasolina. “Mesmo que o petróleo tenha preços ainda menores, a demanda por etanol deve crescer, porque ele não substitui a gasolina. Na maior parte dos países usuários, o combustível é aditivo. O mundo busca a redução da poluição e esse processo não vai desaparecer devido à essa crise”, afirma.

Luiz Carlos Carvalho também acredita que a turbulência atual não deve interferir nas perspectivas de longo prazo projetadas para aumento do consumo de etanol no mundo. “Existe uma grande necessidade de reduzir o aquecimento global e dar consistência à política global de segurança energética. A questão energética tem impacto muito maior do que a crise de confiança do sistema financeiro”.

Segundo o presidente da Unica, as perspectivas futuras para o etanol também são baseadas no desenvolvimento de novos usos do produto. A alcoolquímica – que usa o produto para fabricação de plásticos, por exemplo - pode demandar até 3 bilhões de litros por ano. Jank também estima aumento de consumo interno por abastecimento de ônibus e motos – o primeiro modelo flex será lançado em 2009.

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Cenário no curto prazo

Embora a expectativa do mercado aponte para demandas mais altas a médio e longo prazo, os sinais de recuperação dos preços devem surgir já a partir da próxima entressafra, mesmo com a crise global. Segundo o analista Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, os fundamentos do setor continuam construtivos tanto internamente quanto no mercado externo. “Oferta e demanda vão continuar crescendo, mas antevemos que consumo terá alta maior, o que impacta nos preços”, diz.

Devido a quebras de safra na Tailândia, Índia e Europa, o mercado de açúcar apresentará em 2009 déficit de 3 a 4 milhões de toneladas e deve continuar crescendo de 2% a 3% ao ano. “Apenas a Índia importará 1 milhão de toneladas de açúcar até outubro do próximo ano e até 4,5 milhões de toneladas na safra 09/10”, estima Nastari.

O mercado interno de etanol também deve apresentar evolução. Ainda que a crise determine queda nas vendas de veículos de 2,4 milhões de carros para 1,9 milhões de unidades, o consumo do combustível aumentaria em três bilhões de litros, avalia a Datagro.

A Consultoria também não prevê recuos nas exportações do produto. Nastari avalia até a possibilidade de ‘ligeiro’ crescimento, porque o Brasil deve ter oportunidade de continuar exportando para Estados Unidos e Europa no momento de crise. “A crise afeta os produtores desses países. Então, Brasil vai complementar esses mercados”.

Nastari acredita, porém, que o crescimento deve vir acompanhado de volatilidade em 2009. “Se o produtor não tiver crédito para financiar estocagem, fazer capital de giro e exportações, vai colocar produto no mercado, o que pode fazer com que o preço caia e reverta a curva de crescimento. Isso também terá impactos no açúcar”, avalia.

Para passar pela crise financeira e chegar aos mercados previstos a médio e longo prazo, o setor precisa passar por um período de transição marcado pela escassez de crédito, principalmente no final da safra, quando é preciso fazer estoques, promover manutenção e realizar exportação. “Se não houver o retorno do crédito, 2009 será muito difícil”, prevê Carvalho, da Abag. “Mas tudo indica que o Governo Federal entendeu isso e atuará no sentido de viabilização desse crédito”, pondera.

Para pesquisador Marcos Fava Neves, professor de estratégia da USP de Ribeirão Preto, a turbulência vai obrigar o setor a adotar práticas administrativas padrão mundial, com profissionalismo e controle de custos, o que tornará o Brasil mais competitivo ainda. “A crise vai ajudar a consolidar o setor, fortalecendo grandes grupos com identificação com o negócio”, argumenta.

Construção de nova usina: investimentos miram longo prazo

Abertura de mercados

Nesse cenário, além de atravessar a crise, o setor também terá a tarefa de abrir novos mercados para transformar o interesse pelo etanol em demandas concretas. Segundo previsões feitas pela Unica antes da crise, o Brasil - que levou quase 500 anos para atingir 500 milhões de toneladas desde o plantio da primeira muda, em 1532 superaria 1 bilhão de toneladas em 2020.

A entidade ainda não avalia se a turbulência poderá determinar revisões nessas expectativas de números e prazos. “Não temos convicção formada porque não sabemos o tamanho da crise. Por isso, estamos fazendo poucas projeções. Mas podemos afirmar que os investimentos planejados até 2012 não serão paralisados”, avalia Jank. “Pode ser que investimentos estudados a partir de 2013 sejam repensados”, completa.

Assim, seja em 2020 ou alguns anos mais tarde, quando a produção de cana atingir 1 bilhão de toneladas, a fabricação de etanol pulará dos atuais 27 bilhões de litros para 65,3 bilhões de litros.

A produção do combustível pode aumentar ainda mais com o desenvolvimento da tecnologia de fabricação de etanol de segunda geração (via biomassa da cana). Atualmente, em média, cada hectare de cana gera 7 mil litros. “Com álcool de segunda geração, poderá chegar a 14 ou 15 mil litros”, aponta o pesquisador Antônio Bonomi, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

O mercado interno deve absorver a maior parte da produção de etanol. Lançados em março de 2003, o carros bicombustíveis alcançaram recentemente a marca de 6 milhões de unidades comercializadas no país – o modelo representa atualmente quase 90% das vendas de veículos novos e 30% da frota nacional atual.

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de carros no Brasil aumentou 27,5% de janeiro a setembro de 2008 em comparação ao mesmo período de 2007. Paralelamente, nos nove primeiros meses deste ano, a demanda por álcool hidratado cresceu 49% em relação ao ciclo idêntico anterior, conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

O automóvel bicombustível foi o responsável pelo aumento. Uma pesquisa do Ibope aponta que 78% dos donos de carro flex abastecem seus veículos exclusivamente com etanol. “O carro flex fez com que o álcool hidratado renascesse com muita força. Esse foi o segundo grande movimento do setor após o Proálcool”, observa o presidente da Unica.

Embora o ambiente interno de etanol ainda tenha bastante espaço para crescer até que os carros flex cheguem a 100% da frota nacional, a abertura de mercado externo é considerada estratégica para o setor evitar crises de superprodução como o problema observado em 2007, quando muitas destilarias foram inauguradas sem demanda garantida.
Segundo o executivo André Nassar, diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), o setor sucroenergético deve se espelhar na história de aumento de produção de outras culturas, em que os incrementos sempre permaneceram associados à abertura de mercados no exterior.

A soja é um exemplo. Atualmente, metade da produção nacional do grão é consumida internamente – os outros 50% são exportados. “A exportação é um muito importante como fator de aumento de produção. De uma maneira geral, o mercado externo teve grande participação na expansão do agronegócio nacional desde 2000”, argumentou Nassar durante evento na Cooperativa Carol, em Orlândia/SP.

Para o diretor do Ícone, embora haja perspectiva grande de crescimento para o carro flex até que o modelo atinja 100% da frota nacional, é preciso abrir mercado externo para garantir demanda à toda capacidade produtiva de etanol.

“Se não fossem exportados, os 4 bilhões de litros que serão embarcados este ano já iriam para estoque. Então, com os investimentos que estamos assistindo, se o setor não trabalhar o mercado externo, vai correr o risco de ter sobra de etanol, com impactos negativos no preço”, completa Nassar.

Divulgação/Yamaha
Motor de motocicleta: com lançamento previsto para o 1º semestre de 2009, veículo bicombustível pode aumentar demanda interna de etanol

Internacionalização

O comércio internacional de etanol é, historicamente, um universo pequeno – abrange apenas 16% do total da produção mundial. Além disso, o produto exportado sempre teve como destinação o uso como matéria-prima industrial ou fabricação de bebida destilada. “Apenas a partir de 2004 as importações para uso automotivo começaram a ter alguma importância no comércio internacional”, explica Bressan, da Conab.

Mesmo assim, atualmente apenas Brasil, EUA e países baixos têm uso efetivo de etanol. Para a criação de um grande mercado internacional, é preciso que outras nações demandem o produto.

Japão e China são considerados potenciais importadores de grandes volumes. Mas a conquista deste espaço depende do aumento da gama fornecedores mundiais de etanol. A produção atual é concentrada em Brasil e Estados Unidos, que fabricam 70% do total do combustível consumido no mundo.

Atualmente, 20 produtores de petróleo fornecem combustível fóssil para todo o mundo. “É imprudente acreditar que os países substituiriam o petróleo, por mais caro que seja, por um combustível vindo de fornecedor único. Por isso, temos que desenvolver a produção de álcool em outros países. Numa segunda fase, precisamos abrir mercado de consumo”, afirma o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (Ceise Br), Mario Garrefa.

De acordo com Jank, mais de 100 países poderiam fornecer biocombustíveis para 200 nações. A produção de álcool combustível deve ser estimulada em países latino-americanos, caribenhos e africanos, localizados nos trópicos, que têm características de microclimas (terra, água, luz solar) favoráveis às atividades agrícolas – além de mão-de-obra e potencial para incorporação de novas tecnologias (rotação de culturas e integração com pecuária).

Países como México, Panamá, Moçambique, Honduras e Equador e nações do continente africano se inserem neste contexto. Para Mônika Bergamaschi,  diretora executiva da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (Abag-RP), com ampla experiência, tecnologia e liderança na produção, distribuição e uso do etanol, cabe ao Brasil girar o movimento de iniciativas que facilitem aos países interessados, especialmente os mais pobres, o início de seu programa de energia da biomassa.

Posteriormente, o Brasil precisará estimular o consumo do etanol no mundo. Segundo Mônika Bergamaschi, os benefícios ambientais proporcionados pelo combustível podem ser argumentos poderosos. “As pessoas precisam confiar e acreditar no etanol. O consumidor não pode selecionar o combustível que vão usar única e exclusivamente a partir do preço. É importante que se crie essa consciência também pelo ponto de vista ambiental”, sugere.

Paralelo a todo esse processo, o Brasil ainda precisa fazer a sua “lição de casa”: estruturar logística, armazenamento, questões tributárias, padronização mundial. O ‘professor’ mercado pode ser implacável se a tarefa não for cumprida com êxito. Nessa ‘escola’, reprovação pode significar prejuízos aos investimentos que estão sendo feitos agora.

“O setor tem que enfrentar seus gargalos com bastante disposição e visão estratégica. Planejamento e organização são palavras de ordem para a garantia das perspectivas que se apresentam”, conclui o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.

Lição de casa

 Além de abrir mercados no exterior, o setor sucroalcooleiro nacional precisa melhorar alguns aspectos domesticamente. Segundo o pesquisador Marcos Fava Neves e a Unica, cinco aspectos centrais precisam ser melhor estruturados:

1) Infra-estrutura de distribuição e exportação – é preciso aumentar a malha de ferrovias e capacidade de utilização das hidrovias (como a Tietê-Paraná). Também é necessário valorizar a perspectiva de investimentos dos alcoodutos

2) Isonomia tributária entre os Estados: os demais Estados da Federação deveriam seguir o exemplo de São Paulo, que reduziu o ICMS sobre o etanol para 12% e aumentou a sua arrecadação devido a ampliação do consumo.

3) Mercado livre para distribuição do etanol: o ‘passeio’ do etanol das usinas aos centros coletores das distribuidoras e o processo de concentração da distribuição de combustíveis no Brasil é preocupante e pode representar um entrave no crescimento das vendas de etanol. O recente processo de aquisição faz com que 80% do mercado fique nas mãos da Petrobras, Grupo Ultra e Cosan.

4) Desenvolver com União Européia e Estados Unidos a padronização das especificações técnicas do etanol, hoje fabricado com diferentes por cada produtor. Dos 15 pontos analisadas, já há consenso sobre 9. O teor de umidade representa o maior desacordo. Ainda não há previsão sobre definição do processo.

5) Estimular o uso de etanol em motos. O primeiro modelo nacional de motocicleta flex deve ser lançado no 1º semestre de 2009. O combustível ainda pode ser usado em ônibus. Curitiba já usa o produto em 18 veículos da sua frota de transporte coletivo. A Unica quer incentivar São Paulo a adotar o projeto.

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